domingo, 22 de fevereiro de 2009

Texto para REFLEXÃO!!!!

Os textos sagrados dizem que no princípio era o Paraíso. Homem e mulher, seus corpos tranqüilamente nus, gozavam da felicidade do olhar do outro. Os olhos do outro eram uma carícia. O Paraíso começa no olhar. Aí houve uma perturbação: um fruto delicioso provocou uma metamorfose malvada - os olhos se transformaram. Homem e mulher começaram a ter medo do olhar do outro. Tiverem vergonha dos seus próprios corpos. Fizeram precárias tangas de folhas de figueira. Deus teve pena deles. Compreendeu que o Paraíso, pelo poder do mau-olhado, estava definitivamente perdido. O Criador lhes deu então, como presente de misericórdia, a permissão para viverem pelo resto dos seus dias se escondendo um do outro. E até lhes fez túnicas com que cobrissem seus corpos. O Paraíso foi perdido e os portões se fecharam. Tudo por causa do olhar.Fechados os portões do Paraíso. Fechada a porta da cozinha. As ordens eram para que a menina não entrasse nos salões da casa, preparados para o baile. Naquela noite tudo deveria ser lindo e perfeito. Não seria uma menina feia e desajeitada que iria perturbar aquele momento de glória para a mãe e as irmãs, todas lindas. A presença da menina nos salões de festa iria criar espanto nos olhares, provocaria desconforto e vergonha e, com isso, a necessidade de explicações. Mãe e filhas tudo fizeram para que os seus olhos e os olhos dos convidados fossem poupados. Por isso a menina deveria ficar na cozinha.Não era a primeira vez. Ela sempre fora diferente. Na estória do Disney ela era órfã linda e tinha uma fada madrinha protetora, que se encarregou de fazer com que sua beleza resplandecesse. Na estória original não foi assim.Uma vez o pai... O que me intriga nessas estórias é o papel dos pais: homens bons, cheios de amor, mas sempre distantes, sem perceber o sofrimento da filha e a maldade da mulher. Onde está o pai da Branca de Neve? Acho que ele morava dentro do espelho; ele era o espelho. Seus olhos estavam enfeitiçados pela mulher vaidosa, que só pensava em si. Mas, de repente, seus olhos se abrem: ele vê a filha. É aí que a mãe-madrasta se transforma em bruxa: ela não podia suportar que o marido tivesse, para a filha, o olhar que não tinha para ela. A inveja sempre transforma as pessoas em bruxas. E o pai? Não mais se ouve falar dele. Sumiu nos cacos do espelho. Numa outra estória a madrasta enterra a enteada. O pai, ingênuo, bobão, não percebe nada. Quem se dá conta do ocorrido é o jardineiro. Os pais: serão eles uns bobos? Como explicar isso, que os pais, tendo olhos nada vissem? Sei não. Não entendo.Pois o pai da Cinderela, indo fazer uma viagem por terras distantes, chamou as filhas e disse-lhes que lhe contassem dos presentes que desejavam receber. A primeira pediu vestidos de grifes famosas. A segunda pediu perfumes franceses. Cinderela, bobinha, coitadinha, sem nada entender do jogo das vaidades urbanas e movida por sentimentos rurais, fez um pedido estranho: que ele, o pai, lhe trouxesse o primeiro galho de árvore em que sua cabeça esbarrasse. E assim aconteceu: cada uma recebeu os presentes pedidos. A menina, com o galho quebrado em sua mão, enterrou-o no campo, regou-o, cuidou dele. O galho pegou, cobriu-se de folhas, transformou-se em árvore frondosa, onde os pássaros faziam seus ninhos. Quando a menina ficava triste, ela vinha contar suas dores à árvore. A árvore era sua mãe. Pois mãe é isso: o lugar onde se pode chorar sempre sem ter vergonha.Lugares onde se pode rir são muitos: as festas, os bares, os jantares, a Disneyworld, com amigos e desconhecidos. Os risos não necessitam justificativas. Mas são poucos os lugares onde se pode chorar, sem sentir vergonha, e sem ter de suportar a tolice dos insensíveis que desejam transformar o choro em riso: eles não entendem. “Mãe é o lugar onde se pode chorar sem sentir vergonha”.Que linda metáfora essa, para uma mãe: árvore. As árvores estão sempre à espera. Acolhem aqueles que as buscam na sua sombra. São silenciosas. Sabem ouvir. Não têm pressa. Sob as árvores os pensamentos se aquietam. Elas nos falam da estupidez dos homens e mulheres na sua correria, sempre em busca dos olhares dos outros. Coitados dos adultos: sempre prisioneiros dos olhos dos outros e dos pensamentos que imaginam morar neles. Árvores não têm olhos. Por isso elas não fazem comparações. Não dizem que esse é mais bonito que aquele. (Malditos sejam os boletins escolares! Espelhos onde as madrastas procuram o rosto dos seus filhos! Servem para fazer comparações. Boletins separam as crianças que vão para o baile das crianças que vão para o borralho. São os boletins que situam as crianças no jogo das comparações e de invejas que os pais jogam com seus filhos.)Naquela árvore moravam os pássaros, amigos da menina. Avezinhas, símbolos de fragilidade e inocência.Na estória do Disney tudo termina bem, e a madrasta malvada e suas filhas horrorosas sofrem o castigo de ter de contemplar o triunfo da Cinderela. Na estória original é diferente. Os pássaros, emissários da árvore-mãe, acompanham a procissão que seguia o casamento da Gata Borralheira com o Príncipe. Na subida da escadaria da igreja, vêm eles, velozes, e com seus bicos afiados furam um olho da madrasta e das duas irmãs. Na saída do casamento, na descida da escadaria, vêm eles novamente e furam o outro olho das três. Doce é a vingança. Foram castradas do seu órgão mais terrível.Diz o Pequeno Príncipe que “o essencial é invisível aos olhos”. Tirésias, o vidente cego do mito de Édipo, segundo o próprio Édipo, era aquele que, sendo cego, via as coisas que os que viam não viam. Será que a madrasta e suas filhas, ao ficarem cegas, se transformaram em videntes e passaram a ver o essencial? Não posso responder. A estória não revela se madrasta e filhas passaram a ver o que não viam. O que eu sei é que é surpreendente a cegueira daqueles que têm olhos perfeitos. Os pais, em todas essas estórias, tinham olhos perfeitos e nada viam. E são muitas as mães de barriga que jamais vêem seus filhos. O que vêem é, de um lado, aquilo que desejam que os filhos sejam: bonitos, inteligentes, encantadores, heróicos, geniais, bem-sucedidos, seres de palco, recebendo os aplausos – e, ao seu lado, eles mesmos dizendo: “Fui eu que fiz” Fui eu que fiz!”E, do outro, seus filhos, crianças comuns, limitadas, não muito bonitas, não muito inteligentes, sem encantos especiais nem virtudes de palco – crianças simplesmente, que poderiam ser felizes se os olhos dos seus pais não as transformassem em Gata Borralheira. Quando isso acontece só resta aos pais rezar para que os pássaros não venham para realizar a vingança.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Rubem Alves


"Em nome de vocês...
Que ao homem comum ensinem
a glória da rotina e das tarefas
de cada dia e de todos os dias;
que exaltem em canções
o quanto a química e o exercício
da vida não são desprezíveis nunca,
e o trabalho braçal de um e de todos
— arar, capinar, cavar,
plantar e enramar a árvore,
as frutinhas, os legumes, as flores:
que em tudo isso possa o homem ver
que está fazendo alguma coisa de verdade,
e também toda mulher
usar a serra e o martelo
ao comprido ou de través,
cultivar vocações para a carpintaria,
a alvenaria, a pintura,
trabalhar de alfaiate, costureira,
ama, hoteleiro, carregador,
inventar coisas, coisas engenhosas,
ajudar a lavar, cozinhar, arrumar,
e não considerar desgraça alguma
dar uma mão a si próprio."

A coisa não está nem na chegada, nem na saída...mas na travessia!!!!!






Texto para Reflexão

A gente se acostuma
RUBEM ALVES


Eu sei que a gente se acostuma.
Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E porque à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado porque está na hora.
A tomar café correndo porque está atrasado.
A ler jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem.
A comer sanduíches porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. A gente se acostuma a abrir a janela e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E aceitando as negociações de paz, aceitar ler todo dia de guerra, dos números da longa duração. A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir.
A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que paga.
E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com o que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes, a abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais.
A ir ao cinema, a engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às besteiras das músicas, às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À luta. À lenta morte dos rios. E se acostuma a não ouvir passarinhos, a não colher frutas do pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá.
Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente só molha os pés e sua no resto do corpo.
Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda satisfeito porque tem sono atrasado. A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.

Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida.
Que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma.


http://alfabetizacaoecia.blogspot.com/2009/02/texto-para-reflexao.html

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Cometas e ESTRELAS!!!!!


Existem pessoas Estrelas e pessoas Cometas. Os Cometas passam. Apenas são lembrados pelas datas que passam e retornam. As Estrelas permanecem. Assim como o Sol. Passam anos, milhões de anos, e as Estrelas permanecem. Há muita gente Cometa. Gente que passa pela nossa vida apenas por instantes. Gente que não prende ninguém e a ninguém se prende. Gente sem amigos, gente que passa pela vida sem iluminar, sem aquecer, sem marcar presença. Importante é ser Estrela. Estar junto. Ser luz, calor, ser vida. Amigo é Estrela. Podem passar anos, podem surgir distâncias, mas a marca fica no coração. O coração não quer enamorar-se de Cometas, aqueles que apenas atraem olhares passageiros. Ser cometa é ser companheiro por instantes, explorar os sentimentos humanos, ser aproveitador das pessoas e das situações. Solidão é resultado de uma vida cometa. Ninguém fica, todos passam. Há necessidade de se criar um mundo de Estrelas. Para podermos contar com elas, senti-las como luz e calor. Assim são os amigos, Estrelas na vida da gente. São aragem nos momentos de tensão e luz nos momentos de desânimo. Ser Estrela nesse mundo passageiro, nesse mundo cheio de pessoas Cometas, é um desafio. Mas acima de tudo, uma recompensa. Recompensa de ter sido luz para muitos amigos, calor para muitos corações e acima de tudo, saber que nascemos e vivemos, e não somente existimos.
Autor desconhecido

Collage Maker - A maravilha das Maravilhas!

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

FEVEREIRO- O Carnaval está no AR!!!!


O carnaval é considerado uma das festas populares mais animadas e representativas do mundo. Tem sua origem no entrudo português, onde, no passado, as pessoas jogavam uma nas outras, água, ovos e farinha. O entrudo acontecia num período anterior a quaresma e, portanto, tinha um significado ligado à liberdade. Este sentido permanece até os dias de hoje no Carnaval.

http://www.suapesquisa.com/carnaval

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

FRASE IMPORTANTE!!!!!







NENHUM SUCESSO NA VIDA, COMPENSA UM FRACASSO NO LAR!



Puramente verdadeira essa frase, pois ninguém consegue ser feliz sem que se tenha uma estabilidade no lar. A família é a base, o alicerce de nossas vidas e se este se rompe, pode se ter certeza que consequências virão. Preserve a harmonia, preserve a família, pois estes são nossos maiores tesouros.

Revista Veja- Fevereiro de 2002.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Oficina de Férias NTE - Um Show!!!!

Oficina: O Uso Pedagógico da Planilha Eletrônica


Professores em férias buscando explorar a Planilha Eletrônica, como mais uma ferramenta pedagógica. Um dos recursos explorados nesta manhã está sendo o cálculo de médias de alunos... outras possibilidades serão estudadas nesta oficina.